Os segundos se vão e com eles... o tempo se multiplica e se esvae.
Resta a nós, como seres em evolução, a transformação.
Foram tantas as reflexões dos últimos dias, mas só agora consigo sentar e transformar parte em texto.
O ar poético se perdeu, em textos que poderiam ser escritos, mas não o foram.
Fica apenas o núcleo de tudo.
Nem 20, nem 30.
Mas tão perto de alcançar mais uma década,
O último ano, sem sombra de dúvidas foi o mais evolutivo de toda a minha existência,
Em tom de desabafo, me desmancho através das palavras.
E os últimos meses, o que falar deles?
Tão cruéis, intensos, envolventes, ambíguos, mas por fim educativos.
Cresci anos em meses,
Mudei pensamentos enraizados de anos, até mesmo que perduravam há mais de uma década.
Pedi perdão, mesmo ainda não sabendo a extensão da mágoa de algo feito há tantos anos, a versão materna destinada a mim.
Aprendi a comer qualquer coisa, para saciar a fome,
Afinal eu cheguei a este ponto.
Sofri num domingo sem poder cozinhar por falta de panelas.
Chorei tanto, quanto poderia.
Mas emergi do fundo do poço.
E a cada dia me esforço para me transformar num ser melhor,
Tento suprimir pensamentos julgadores, tão inerentes a minha classificação animal.
Humana, demasiada humana.
Afinal, quem pode criticar sem saber o que REALMENTE se passa.
Também, pode ser possível perceber que foi julgada por tantos, sem saberem o que realmente me levou a determinadas situações.
Apenas aquele que vive tal acontecimento, em tais circunstâncias moldadas de forma única, pode falar a respeito e não "alguém de fora".
Estar sozinho te faz ir fundo no âmago da construção de sua existência, refletir cada detalhe que construiu o ser que és agora.
Mas esta atitude é complexa quando se procura ter um olhar externo, como se olhasse a si mesmo sob outra perspectiva.
Neutralizar possíveis pontos de vistas nos quais os outros podem estar errados, nos quais o resultado não depende apenas de você é um exercício crítico e exaustivo, para se fazer através das emoções.
Posso divagar durante horas, apenas para dizer que em muitos pontos sou outra,
A mesma de antes, mas com outras configurações.
E a cada segundo que passa e se transforma em minutos e subsequente em horas, dias e semanas procuro pensar na consequência de cada palavra dita a outrem e o quanto elas podem mudar o dia destas.
Cada gentileza feita pode transformar dias péssimos em dias melhores e de estima pelas pessoas ao redor.
Divago em diferentes reflexões e confundo a quem lê.
Afinal, ser racional o tempo todo ainda é um árduo exercício.
Mas ao qual procuro me dedicar, e concentrar.
Valorizar cada detalhe feito por outros os faz pensar nos dias como mais prazerosos, e faz conquistar relações mais humanas, mesmo que em ambientes corporativos e mudam os processos com resultados mais aprimorados.
Controlar pulsões e impulsões é outro exaustivo exercício diária ao qual me dedico, mesmo que perseguida por pensamentos constantes de consumo e aquisições não necessárias.
Afinal, é preciso refletir o que é necessário e o que é passageiro?
O que é preciso ter?
Para que tantas peças de vestuário?
Ou tantos "issos e/ ou aquilos"?
Isso moldará e mudará minha existência ou será apenas algo momentâneo do qual não lembrarei na próxima semana?
Uma separação inevitável, um acidente, uma mudança resultariam na busca a qual percorro hoje, não desperdiçar parte de meu tempo em coisas, com pessoas que não acrescentarão em aprendizado psicológico e de vida.
Na busca de me reconstruir a cada dia, e com autocontrole sobre mim.
Por fim, jamais imaginaria estar de volta, literalmente e exercendo algo que que busquei por meses, e imaginei durante anos.