Como se tivessem tirado minhas forças
E meu poder
O poder que a gente só reconhece quando falta
E a capacidade some
Com um peso que não posso suportar
Estou a andar parada no mesmo lugar
E apenas a dor me consome
Aqui é tudo tão gelado,
Pois meus pés não aquecem mais.
E sob o gelo estou a andar.
Como se na neve estivesse a andar.
Percorrer quilômetros que não existem mais.
Que somem aos meus pés.
Percursos que não consigo alcançar.
O desespero sobre mim é o lugar nenhum a qual percorro
Logo ao acordar.
E nada do que faça parece resolver o que está diante de mim.
E aos meus pés não consigo sentir e nem ver uma solução.
E um único problema se transforma em terríveis monstros
A me devorarem toda noite, pois o amanhã está a chegar.
Tudo tão longe e tão perto.
Impossível de alcançar, assim parece ser.
E o que me domina então?
O pavor, que percorre meus braços com os pêlos a arrepiar
De tanto tremor e temor.
E esta dor que não passa,
Apenas me acompanha todos os dias.
E eu não me reconheço.
Em minha própria pele distorcida pareço estar.
Derrotada estou a buscar a esperança que some ao chegar da aurora.
Se dispersa assim como o que já fui um dia.
De enigmas em enigmas procuro encontrar a minha voz.
Uma voz que clama por solução.
E não por esta decepção que está ao meu lado.
E o passar dos dias não me trazem melhoras.
Perco o chão, como se tivesse perdido os pés para percorrê-lo.
E tudo é metáfora em busca de auxílio.
Um auxílio que não vêm, que ninguém aqui é capaz de me dar.
A não ser a coragem que tento buscar para encarar de frente tudo isso.
E com a cabeça erguida, sofro com a dor.
Buscando não cair em lágrimas para não me afogar nelas mesmas.
Pois tudo isso não parece ter fim.
Nenhuma resposta, nenhum amanhã,
Ou remédio que arranque esta dor de mim.
E que traga luz para minha alma.
Quero correr e não consigo ao menos andar e estar sob meus próprios pés sem dor.
Como é difícil alcançar algo tão simples.
Que perde sua importância por tão cotidianos serem seus movimentos.
O que busco e não consigo alcançar.
Ao menos até a esperança tenho que chegar,
Mesmo que não consiga andar até a ela.
Como posso fazer para meus caminhos percorrer e meus destinos criar?
E assim me satisfazer e sentir a vida pulsar dentro de mim como outrora.
Apenas o amanhecer não traz o que tanto busco.
E a cada dia luto contra tudo isso.
Eu falo de pessoas, amores, situações, sensações, dores, sentimentos de forma muitas vezes autobiográfica.
sábado, 25 de agosto de 2018
Para então um dia conhecer a paz
Você percebe que a juventude se vai e se esvai.
Quando olha para trás o que há para comemorar?
Quais frutos foram doces o bastante para ficar na memória, mais que no paladar.
O que de amargo ficou e o que você realmente conquistou.
Conquistou a si mesmo e se tornou dono de seus pensamentos.
De seus atos, se fez firme nas consequências.
E a noite se faz, levando com ela as sombras que se fazem durante o dia.
E o verbo se flexiona repetidamente querendo dizer alguma coisa.
Busca no inconsciente algo que está perdido no consciente,
Algo perdido a luz do dia.
Mas que se faz durante as trevas do escurecer.
Obscuro como aquele deve ser.
Aquele que machuca e você deve conhecer,
Para então um dia conhecer a paz,
Dentro de si.
Quando olha para trás o que há para comemorar?
Quais frutos foram doces o bastante para ficar na memória, mais que no paladar.
O que de amargo ficou e o que você realmente conquistou.
Conquistou a si mesmo e se tornou dono de seus pensamentos.
De seus atos, se fez firme nas consequências.
E a noite se faz, levando com ela as sombras que se fazem durante o dia.
E o verbo se flexiona repetidamente querendo dizer alguma coisa.
Busca no inconsciente algo que está perdido no consciente,
Algo perdido a luz do dia.
Mas que se faz durante as trevas do escurecer.
Obscuro como aquele deve ser.
Aquele que machuca e você deve conhecer,
Para então um dia conhecer a paz,
Dentro de si.
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