segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Perturbações

Claro que meu sono foi perturbador,
Pensei e repensei se deveria transformar pedaços de mim em letras & palavras.
Seria bom deixar de pedaços de mim aqui?
Quebrada, como talvez não consiga imaginar.
Sentindo-me culpada por ações que te parecem dúbias, mas não o são.
Cheguei à conclusão de algumas partes.
Sim, você estava certo.
Alguém que me quer bem, não agiria de má fé.
O problema é que tentei encarar a situação como se não fosse um ato de má fé.
Meu sono foi mais que turbulento.
Pois eu não estava nele, por inteiro, parecia outra pessoa.
Lembro-me de detalhes, mas não estava lá.
Isso é muito estranho, não estava no meu sonho.
Apenas pensava, pensava, pensava em um universo paralelo.

[…]

Tudo o que não queria era te decepcionar.
Ainda mais quando tudo o que tentava fazer era recuperar sensações boas, prazer, paixão.
Isso com toda a certeza foi percebido.

[…]

Mas de repente chegam as perturbações, novas.
Que indiretamente provoquei.
Com palavras erradas, mal ditas, sem reflexão, mas principalmente sem o intuito de magoar-te.

[…]
Partes de meu coração diluíram, junto aos sentimentos ruins que te causei.
Agora estou convivendo com uma angústia, nova.
Originada pela dor que te causei.
Só consigo pensar em você.
E em uma maneira de te dar partes de mim, te preencher aonde foi quebrado.
Sei que é a melhor maneira de resolver as coisas.


[…]
Quanto às perturbações, são fatos, já ocorreram.
Não há como voltar atrás, infelizmente.
Mas há uma forma para não deixar que novas preocupações, confusões não ocorram.
“Cortando o mal pela raiz”, como o ditado nos ensina.
Não abrir espaço para que más intenções penetrem em nosso ser.

[…]
Quero dizer que estou contigo, e seu pudesse arrancar tua dor, e colocá-la toda em mim, mesmo destruindo, seria o que faria neste momento.
Pois a dor, por ter te causado mal, é o que me perturba mais.

Só queria que isto fizesse parte de um pesadelo irreal.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Ousar...

Não vou ousar perguntar se as coisas podem piorar.
Pois elas sempre tendem a ficarem piores.
Perdendo partes de mim pelo caminho.
Sem esperança de um futuro promissor.
Retrocedendo.
Lutas e fracassos.
Correção: luta, luta, luta e fracasso proporcionais.
Agora gostaria de entender o porquê de tanto esforço, tanto estudo.
Se é para retornar de onde veio.
Poderia ter feito outras coisas, escolhido outros caminhos.
E não posso voltar atrás.
Tudo o que sobra é dor, desespero, angústia e arrependimento.
Afinal, pra que seguir em frente.
Tenho certeza que outros gostariam mais de estar ainda respirando,

Do que eu.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Pesar

É com pesar que temos de fazer escolhas.
Mesmo que elas nos causem dor por um longo tempo.
Ainda que tenhamos certeza que teríamos sucesso na outra escolha.
Tão difícil ter que seguir pelo caminho mais triste, já que o outro não está ao teu alcance.
Mais triste por significar uma derrota, uma derrota comigo mesmo.
E não com outrem.
A vida não somente é feita de escolhas, mas também de preparo, não basta querer sem ter feito algo para sustentar esta escolha.
É tão simples quando se é criança pois existem apenas os sonhos, sem os percalços.
Sonhar é muito melhor, mas às vezes temos pesadelos.
E infelizmente me encontro em um deles, derramando lágrimas, mais uma vez.
Sentindo ódio e rancor de mim mesma.
Matando-me aos poucos.



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

“Jeitinho”

Hábito cultural já retratado pelo renomado antrópologo brasileiro Roberto da Matta, em um de seus estudos, onde além de outras considerações, explora o uso da famosa expressão “você sabe com quem está falando?”, como um retrato de nossa cultura.
[...]
Na cidade onde moro, existe uma regra para o atendimento público em postos de saúde, em que determinado posto atende a demanda de determinada região da cidade, o que é uma informação a qual todos que utilizam o tal serviço tem acesso.
A partir disso, uma situação, me deixou revoltada, estava numa unidade de saúde pública em minha cidade, e um casal se exaltou, se revoltou pois a funcionária não queria marcar consulta para eles, por não terem informado a mudança de bairro, como a funcionária mesmo ressaltou que não havia como o pessoal do posto adivinharem a mudança. Pressão daqui, pressão dali, voz exaltada, expressão carrancuda, linguagem corporal agressiva, até que a funcionária acabou por ceder, e deu um “jeitinho” (já que sua senha não permitia tal ação), mesmo que tal comportamento na minha compreensão se caracterize como desacato ao funcionário público.

Bem, quero ressaltar aqui que minha revolta não se deve ao fato da funcionária ter deixado ou não de marcar a consulta, mas sim pela maneira como as pessoas lidam com suas necessidades e as alheias, pois se o “jeitinho” é para uma necessidade própria, não importa o que seja feito. No entanto, ao ver ações erradas de outrem, uma parte das pessoas discriminam, julgam, demonstram ter uma moralidade hipócrita. Exemplo clássico da pessoa que reclama dos políticos corruptos, e leva o troco errado pra casa, suborna aqui ou ali, e outras ações do gênero.
Há muito tempo conservo a seguinte opinião: um ladrão não começa assaltando um banco, mas sim roubando alguns centavos dos pais, a borracha do “coleguinha”, ou seja, somos construídos pelas ações pequenas, elas pouco a pouco vão moldando o nosso caráter e resultam no ser que somos hoje.

Espero o dia em que cada um terá consciência de que o que é justo para mim, é justo para todos (por uma mais evoluída consciência coletivo, por novos zeitgest) e que seja como a própria denominação conota, algo implícito ao ser, que seja natural, feito de forma inconsciente sem precisar que o outro levante a questão em uma simples conversa de bar, shopping, escola como tantas que vimos por aí, em discussões que não chegam perto de serem construtivas, por não levarem a ação, mas apenas à discussão, a “fofoquinha” à la Brasil. Que logo será substituída por uma nova conversa, com um novo enfoque, a partir de uma notícia de maior impacto e/ou caráter mais atual.


Nota:

O cunho do meu blog está mais para o emotivo, que para o ideológico, o político, mas hoje algo me deixou muito revoltosa, mexendo com meus pensamentos, consequentemente com meus sentimentos, a ponto de me levar a escrever, não em forma de poesia, poema, pela primeira vez, mas como sempre, expressando o que sinto.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Apenas existem


Há coisas que o os olhos não podem ver.

Há palavras que o coração não diz e nem a mente controla.
Existe a impulsividade que guia alguns seres, de modo sempre inesperado.
Há seres, que como eu.
Agem sem saber as causas, sem calcular o efeito.
Sei que é difícil compreender.
Aos seres racionais, um parabéns!
Pelo capacidade de o ser.

Pausa para o café



Só queria saber como se faz.


Será que algum dia construirão uma máquina do tempo?

Que desastres ela causaria?
Será que seria o bastante?

[...]


Indagações

[...]
Adorável ser, só sei que te amo e isto o tempo não iria mudar.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Possibilidades




- Tem coisas que simplesmente a gente não explica.
- Parece um pouquinho com o que aconteceu com a gente, não é amor?
- Sentimentos controversos, é isto o que tenho dentro de mim!
- Como se explica?
- Sim, é verdade já passei por isso.

[...]


Uma gama de possibilidades em meio a tantas histórias que já foram vividas.
Caleidoscópio de emoções.
Um oceano de histórias.
Multidões.
Palavras soltas, não falados, sentimentos expressos, beijos roubados, abraços apertados, corações quebrados, angústia, medo, rejeição, simplesmente amor, ardilosa paixão, saudade, decepção [...]

SYLVIA PLATH



Canção de Amor da Jovem Louca 

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro
Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer
(Acho que te criei no interior da minha mente)
Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
Entra a galope a arbitrária escuridão:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.
Enfeitiçaste-me, em sonhos, para a cama,
Cantaste-me para a loucura; beijaste-me para a insanidade.
(Acho que te criei no interior de minha mente)
Tomba Deus das alturas; abranda-se o fogo do inferno:
Retiram-se os serafins e os homens de Satã:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.
Imaginei que voltarias como prometeste
Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome.
(Acho que te criei no interior de minha mente)
Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão
Pelo menos, com a primavera, retornam com estrondo
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro:
(Acho que te criei no interior de minha mente.)






Os Mannequins de Munique

A perfeição é horrível, ela não pode ter filhos.
Fria como o hálito da neve, ela tapa o útero

Onde os teixos inflam como hidras,
A árvore da vida e a árvore da vida.

Desprendendo suas luas, mês após mês, sem nenhum objetivo.
O jorro de sangue é o jorro do amor,

O sacrifício absoluto.
Quer dizer: mais nenhum ídolo, só eu

Eu e você.
Assim, com sua beleza sulfúrica, com seus sorrisos

Esses manequins se inclinam esta noite
Em Munique, necrotério entre Roma e Paris,

Nus e carecas em seus casacos de pele,
Pirulitos de laranja com hastes de prata

Insuportáveis, sem cérebro.
A neve pinga seus pedaços de escuridão.

Ninguém por perto. Nos hotéis
Mãos vão abrir portas e deixar

Sapatos no chão para uma mão de graxa
Onde dedos largos vão entrar amanhã.
Ah, essas domésticas janelas,
As rendinhas de bebê, as folhas verdes de confeito,

Os alemães dormindo, espessos, no seu insondável desprezo.
E nos ganchos, os telefones pretos

Cintilando
Cintilando e digerindo

A mudez. A neve não tem voz.