terça-feira, 23 de setembro de 2014

Cacos e estilhaços

Tanta coisa, de tantos momentos, pensamentos soltos traduzidos em agonia, dor, alegria.
Momentos insanos de pura incompreensão.
Decisões tomadas,
Dados e dardos lançados.
Certezas que brotam do mais fundo do ser.
Décadas, anos chegam até a mim, mais uma vez.
Apenas sinto, penso.
E vago, pelo caminho, o caminho dos destinos perdidos.
Onde me perdi do meu próprio ser.

Frases aleatórias ao tempo em que surgiram.

Algumas certezas, a intuição é que me faz estar aqui, VIVA.
No sentido mais real da palavra.
Pra quem já desejou a morte por anos, isso parece até hipocrisia.

Existia uma garota que sonhava em mudar o mundo.
Veio uma mulher e esmagou uma das possibilidades que ela teve.

Hoje pela primeira vez me arrependo, de algo que jamais imaginaria me arrepender.
Joguei fora a oportunidade de mudar alguns mundos.
30, 200 que poderiam se transformar e incontáveis.
Alguns trechos foram perdidos,
O fogo os transformou em carvão.
O tempo apagou, para levar a dor.
As horas trouxeram outras palavras, mas as mesmas certezas.
Não conseguiremos fugir de nós mesmos para sempre.
O nosso verdadeiro eu, vai nos encontrar e mostrar para o que viemos.

São tantas coisas a se fazer, muito trabalho.
E enquanto isso apenas consigo juntar alguns cacos em meio a destruição, a névoa, o vendaval.
Em meios aos gritos histéricos.
Em meio ao choro, as lágrimas fortes que tendem a voltar.

A felicidade pode entrar no segundo em que deixar.
São poucos os momentos.
Mas como este momento tirou todo o meu ar, me deixando sufocada, emocionada.
Por me trazer a certeza de algumas das coisas para as quais nasci para fazer.

Sei que a [...] , não serve pra mim.
A [...] que traz a destruição, que polui a água.
Mas sim aquela que vai trazer novas alternativas, novos movimentos, alterar processos e pensamentos.
Precisei dela para saber que não era ela a quem queria.

Me faz tanto mal fabricar e fazer parte de um meio de aparências, de joguinhos tristes.
Enquanto outras pessoas não sabem o que é uma água limpa.
Enquanto conto os centavos, para comer algo.
Emagreci, claro.

Poucos entenderão alguns dos trechos, esta é a intenção.
Bom mesmo, que ninguém entendesse e apenas houvesse dúvidas.

Ás vezes penso em mudar tudo, radicalmente.
Rupturas, fazendo surgir um  novo mundo, um novo lugar,
Mas teria eu a paciência para mais 10 anos?
Seria isso mesmo que mudaria.
Seria apenas isso o que poderia mudar a realidade de tantas pessoas?

Será que com o que tenho, o que sou, o que falta bastará para mudar essas realidades?
O dia a dia, com seus pequenos gestos, constrói o ser maior, cheio de personalidade, e superlativos.


Essas roupas, esses óculos não me preenchem.
Não é isso o que me basta.

A desonestidade me revolta e nada posso fazer, me sinto no chão, como senão tivesse membros para defender os meus.

São os sacrifícios diários que fazem dar a importância real para o que se tinha em mãos e foi jogado fora.
A oportunidade.
A oportunidade de ser quem mai queria ser.
De não apenas fazer. Colaborar para um mundo hipócrita e cheio de construções visuais que servem para enganar e ludibriar o nosso ...
Mas sim, de mudar pensamentos, construir realidades, quebrar paradigmas.

E enquanto descubro essas e outras coisas, me pego ajoelhada, em cima dos cacos, sangrando.

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