Escritora, filósofa-ausente
Que assim como o mais humano dos humanos
Aprendeu a disfarçar o mais presente necessário que dar-se a essência de teu ser
Que transeunte seria assim como o passageiro do mais fétido e carregado ônibus
Transeunte seria sua história quando mesclada a exigências exteriores
E posteriores seriam os gritos do chamado para sua essência
Buscar deste modo a completude do seu ser
Que completo jamais estaria
Pois a cada copo de água
Ela se perdia
E se reencontrava diante de si mesma
Reconstruindo partes
Re-escrevendo sua self-vida
Indagando se este seria o melhor caminho
Mas qual deveras ser o caminho melhor a se fazer, senão àquele
Aquele apresentado diante de si, no momento
Momento este ao qual basta estar entregue ao âmago de suas necessidades como humana
Humana em construção
Construção humana
Destruição social
Apego ao elo, aos papéis que lhe foram outrora dados, e por situações impostos
Assim como à qualquer outro
À qualquer outra
O existir nos é dado e nos é retirado
Dado ao nascer
Tirado pelas imposições, afirmações alheias, que nos afirmam ser a verdade de nosso ser
Mas o que seria de um humano incompleto
Ser social que busca a aceitação alheia
Ao passo que esquece de se encontrar diante do espelho,
Respirar fundo e se indagar sobre a sua verdadeira face
Face esta que não se apresenta tão facilmente
Pois escondida sob o véu da vergonha, da incompreensão alheia
Culturalmente aceita, como realidade
Mas o que ousaria saber ao se ver diante de si mesma?
http://arthistoryproject.com/artists/berthe-morisot/young-woman-at-the-mirror/