terça-feira, 11 de setembro de 2018

Pobre homem!

Só me enxergas nua,
O que carrego no peito faz pouco caso.
Pior ainda, quando renegas o que penso e sou.
Porque eres assim homem?
Só vês a mulher como um belo e doce fruto.
Mas que para tantas outras coisas, desfaz.
Nega seus potenciais.
Posso ser mais que pele e peito.
Sou também pensamento,
Um ser e sujeito que ainda filosofa.
Aprende, cai, se reergue, toma tapa na cara, segue em frente, volta atrás, e também para trás.
Posso ser maior do que vês.
Mas nisso, claro não crês.
Saiba que não fui feita apenas da carne, para carregar nova carne em um ventre.
Posso deixar um legado também, assim como outros (homens, claro), já o deixaram.
E como alcançar a eternidade, sem gerações futuras?
Oras com minha inteligência, pobre homem que zombas ainda de mim.


Foto: por Rafael Beck

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