sábado, 20 de fevereiro de 2016

Estranhamento tão presente

Às vezes eu acho que as pessoas tem um véu sob os olhos delas,
Um véu mais espesso que se tapassem os olhos com a mão,
Pois assim, fica mais fácil.
Não parecem ser elas mesmo a causa de tal cegueira.
É mais difícil fingir e acreditar ao que sai da boca para fora,
Que enxergar com o coração a verdade, disfarçada em vãs palavras.
Tão difícil é para o homem, escolher apenas dizer o que é verdadeiro,
Afinal a quem o poder quer e a influência almeja, a verdade não faz parte.
De outra forma já disse Karl Jaspers.
E eu o que sou capaz de dizer, ou de querer viver e levar junto a mim?
Verdades duras ou mentiras bem formuladas.
Por escolher a verdade, muitas vezes não me adéquo ao que se passa lá fora.
E aqui dentro, cada vez me perco.
E mais longe fico da civilização.
Transformando-me num estranho a mim mesmo.
E ao qual todos os dias procuro reconhecer através do espelho.
E a única coisa que encontro, são páginas viradas de dias que já não existem mais.


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