É possível perder-se dentro de si mesmo?
E já não mais reconhecer o ser que habita entre suas entranhas, como se de repente acordasse sem lembrar-se dos últimos acontecimentos.
Como se os últimos meses houvessem se evaporado e com ele parte de si?
Para a vivência terrestre, tudo me parece possível,
Até mesmo o inimaginável.
Medos que em outrora jamais deram indícios de um dia poder nascerem.
Fazer-se despedaçar o núcleo que constituía teu ser.
Mas também a perda, pode encaminhar para um duro e longínquo encontro com si mesmo.
Um si mesmo, que você não sabe existir.
Um ser camuflado por crenças, pela racionalidade, por certezas firmadas com vigas e fundação com a mistura de concreto, mais espessa e consistente do que deveria ser para estes andares.
O encontro materializado como conhece e tem a percepção sobre as concretudes, parece estar longe.
Mas ao mesmo tempo, se abrir os olhos, limpar as lentes que usa sobre esta armação fosca e tosca, perceberá que ele se realiza, a cada dia, por pequenos instantes.
E se forma em segundos, que por impalpáveis parecerem diante das realidades que conheceu durante muito tempo.
E que agora, a qual não tem certeza sobre a firmeza, a solidez e a veracidades das mesmas,
E principalmente sobre ti mesmo.
O espelho forma uma imagem com a qual não possui qualquer familiaridade.
Assim, como os medos que te afrontam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário