àS vezeS eu meSma calo a minha bocA,
Pensando que o que poderia escrever vai incomodar os outros.
E assim com a pá, cheia de terra tapo o buraco,
Mas logo abre novamente,
E com a boca enlatada, e os dedos imóveis,
omito alguns pensamentos meus,
omito algumas palavras suas perdidas cabeça,
omito o que por aí, alguém mais pode estar pensando similarmente.
E como um tapa na cara, deixo o vento do momento levar o que quero trazer ao papel.
e de maneira cruel, escondo partes assim de mim mesma,
para depois não entender que há pedaços em falta.
E a falta faz, assim como o ser sem ar para respirar,
Oprimir, apagar, calar, esconder, desmembrar partes do que fechei os olhos para deixar de ver.
Qual a falta que eu mesma esqueci?
Qual o momento em que não vi, que sou feita de tantas partes conflitantes, e por isso claramente humanas,
Que parte ou que falta escondes de si, assim como eu o já fiz?
Eu falo de pessoas, amores, situações, sensações, dores, sentimentos de forma muitas vezes autobiográfica.
quarta-feira, 15 de março de 2017
Grito em forma de gozo
Sabe o gozo do homem?
O esperma que traz calma e energiza-o todo?
Sabe a escrita que fica comprimida em meu peito,
com palavras verdadeiras e que revelam mais de mim,
do que eu possa esconder?
Elas são libertárias e de forma sorrateira arrebentam com partes que existiam aqui.
Mas como num gozar masculino, ao qual apenas imagino a sensação,
As palavras presas na garganta relaxam os micro músculos que tensos estavam pelo que ficou preso dentro de mim,
E assim diminui um pouco a dor que carrego neste ponto do meu corpo.
O esperma que traz calma e energiza-o todo?
Sabe a escrita que fica comprimida em meu peito,
com palavras verdadeiras e que revelam mais de mim,
do que eu possa esconder?
Elas são libertárias e de forma sorrateira arrebentam com partes que existiam aqui.
Mas como num gozar masculino, ao qual apenas imagino a sensação,
As palavras presas na garganta relaxam os micro músculos que tensos estavam pelo que ficou preso dentro de mim,
E assim diminui um pouco a dor que carrego neste ponto do meu corpo.
Relógio sem horas
Às vezes a gente acha que a queda faz sumir o chão.
Por outras nós mesmos tiramos pedaços de um possível caminho,
E de escamas em escamas, como ao prepararmos um peixe.
Tiramos partes de nós e jogamos ao lixo,
Mas o pó que se torna não é possível reaproveitar.
E às vezes o pó é inalado em nossas narinas,
sufocando o resto do ar puro que ainda há na sala,
um nós.
Para em seu lugar montar um novo ser,
Mas há momentos em que não encontramos
caixa de ferramentas alguma, para pegar a chave que conserta
nossas incógnitas,
E assim como com o trem perdido,
Ficamos na estação com olhar vazio,
E apenas vendo o movimento,
Ou perdendo a energia que não pulsa,
e que fica como um relógio parado no tempo,
Sem sentido,
Ou sem momento para ser ele mesmo.
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