sábado, 1 de junho de 2019

Desfecho

Parte I
Ela apenas desejava, enquanto olhava.
E o ouvia falar ali sentado, na mesa praticamente ao seu lado e tão distante ao mesmo tempo.
Impossível de se alcançar com as mãos, com os dedos, com a pele.
Pois não podia, apenas seu segredo escondia.
E assim, até de si mesma omitia, seus desejos, seus pensamentos em certos momentos quentes.
Ela apenas abafava, seu calor, quem sabe busca até mesmo esconder seu odor de sexo, pronta para "atracar".

Parte II
Dançava ao entrelaçar as pernas em seu andar,
Com suas nádegas apertadas numa saia envolvente e sexy.
Pronta para ser apalpada, e alguns tapas a tomar.
Ela rebolava à sua frente ao andar.
E se indagava, será que ele está a me olhar?
Mas claro, o seu andar era natural, ardoroso, apenas seu.
Provocar ela não devia.
Mas ah, como ela o queria.
E tinha de se trancar dentro de si.
Pois de nada certo, havia nisso até ali.

Parte III
Noutro instante, na cama ela estava.
Nua & crua.
A cama barulho fazia,
Quase o chão a tremer.
A bater na parede, por conta dos movimentos de seu quadril.
Que pensamento insano, de vez em quando a invadia!
Nestes momentos, se questionava:
- Será que Ele me ouve?
- Por acaso se me ouve, imagina e me deseja?
Mas parecia louca, em tudo isso pensar.
Pois errado isso se mostrava.
Estando enamorado por outrem, ambos se situavam.



Parte IV
Sua nuca, ela mostrava com seu corte curto de cabelo.
Ao mesmo tempo em que se perguntava, esta mesma nuca se arrepiaria ao seu toque?
No entanto, se reprimia, pois tudo o que sentia e desejava, não podia nascer.
Estava a ponto de enlouquecer!
Contudo, não adiantava.
Os pensamentos dentro de si não sumiam, de forma alguma evaporavam.
Enquanto dentro de si, queimava, apenas e simplesmente, puramente queimava.

Parte V
Cada vez que ele falava, seus olhos brilhavam.
Pois enquanto as exclamações se construíam, ela o percebia,
E via o quanto inteligente era,
E isso é algo que literalmente acaba com ela,
É por onde começa o interesse, a admiração, a inquietação para seguir.
Pois não basta apenas o desejo, o furor, a excitação e o frenesi,
Tem que ter algo mais.
Discursos vazios não a satisfazem.
Ela como num jogo, passou desta fase.
E game over, para ambos naquele momento.
Pois ambos estavam impedidos de se permitir à entrega,
Então vem, a já esperada e inegável, La Solitudine

Parte VI
Os dois se encontram, ela se atiça dentro de si.
Imaginando mil possibilidades, que ainda não podem ocorrer.
Apenas beijos nos rostos são trocados,
Mas sem mais nada a acontecer.
Afinal, ainda é cedo.
E as coisas mal se desenrolaram.

Parte VII
Do calendário são arrancadas as folhas,
Afinal o tempo passa.
Há a possibilidade de um possível encontro,
Ele confirma seu nome na lista,
Mas para seu desprazer ele não o está.
Não comparece e triste ela fica.

Parte VII
Na segunda possibilidade,
Para seu deleite, ele estava lá.
Mas seu olhar, sempre buscava disfarçar.
Afinal e se correspondido, não o fosse aquilo tudo que sugava seu êxtase, em pensamentos, em atos irrealizados.
Numa conversa em meio a cachorros quentes,
Ela ouve de outra, a respeito dele que tristonho estaria por conta de uma moça, há meses atrás.
Ela indaga, eles não estariam mais?
Juntos, mas se recusa a mostrar qualquer indício de seu interesse.
Pois terreno perigoso, para ela parecia ser para pisar.
Continua a comer, devorar, três cachorros-quentes,
Afinal ela adora se deliciar com uma salsicha,
Seja real, imaginária ou no sentido figurado.
Desde que aja desejo!

Parte VIII
Seus encantos, ela desprezava, assim o parecia ser.
Ledo engano!
Apenas naquele dia,  a mesma negava o pedido de ficar mais junto a si,
Pois cansada estava e jamais imaginava que o que se passava dentro de si,  a ele também pertencia.
O desejo ardente, inerente aos que querem.
Pensava apenas de um encontro social, se tratar. Nenhum desejo a decifrar.
Sem algum tesão a experimentar, sem mãos para caminhos a trilhar, percorrer, se encantar e se perder,
Se perder do tempo, do mundo, enfim dos segundos.
Isso tudo ela iria descobrir mais tarde, tempos depois.
Tudo isso era, nas palavras dele, que ainda iriam de ser ditas, algo meio proibido.



Parte IX
Terceiro ato,
E úmida logo ficou, assim que os lábios dele, ela tocou com seu fogo, sua volúpia, seu desejo, sua vontade e veracidade através do formato e recheio desenho carnudo de sua boca.
Quente era um traço mínimo a caracterizar o que diante deles se passava.
18 era o dia,
Inimaginável dia este seria.
Talvez por isso, acredito dezoito posições,
Do Kama Sutra, eles deveriam tentar, ao se encontrar pela segunda vez.
Se pôs então a imaginar como seria desbravar o prazer através de posturas mecanicistas, mas que deveras deveriam dar um tanto de prazer.

Parte X
Antes do jogo, de príncipe e súdita começar
Ouve uma ligação, ou gravação de voz.
Um eu te amo, inocentemente ela se indaga se há outra,
Uma outra, ciúmes ela sente.
E esquece das possibilidades a serem realizadas.
Ela queria apertá-lo dentro de si, ah! Como ela queria.

Parte XI
Quase se desfazia em suas suspeitas, enquanto seus dedos, ora roçavam, ora tocavam parte de suas coxas desnudas, noutra saia, esta cheia de amarrações, quase um fetiche a se pronunciar.
Risos soltos, conversa vai e vem, até que esta pista aparece, a do interesse,
Quando ele o discretamente a toca, ela lembra da última vez que se viram,
Quando num vestido esvoaçante e negro estava, e também seus dedos levemente a tocaram,
Seria um trejeito dele, ou havia mesmo interesse.
Ela precisava ir ao banheiro, naquele momento.
Instantes antes, refletia que logo iria descobrir o que haveria ali,
Naquelas mãos, seria possessão, ou apenas um modo de ser, falar?

Parte XII
Inquieta, pois amigo de seu antigo afeto ele era,
Haveria algo a ocorrer entre eles, apesar disso?
Mas suas dúvidas se derretem, assim como ela nos braços dele.
Há entrega, sim!
Desejo, ardor, carícias, ele sabe como ocupar todos os seus buraquinhos.
E preencher a mesma, com todo o seu desejo e explosão viril.
Quão duro, rijo ele fica na sua presença,
Na presença de seu corpo a seu toque, e bel-prazer.
Do mundo e das inquietudes, ela esquece,
Assim como da vergonha, do pudor, e como se há tempos estivessem juntos,
Impetuosamente se doa,
O acaricia, o molha, o suga, o aperta, o arranha, sim arranha!
E sem querer, marca suas costas, como lembrança de seu intenso desejo.
Trocam carícias, na cozinha, na sala, e enfim no quarto.
Podem arrebentar todas as algemas figurativas.
Que os prendem ao recato.
E podem ser eles mesmos,
Febris, a ferver um dentro do outro,
Pois já não se sabe mais quem é quem, ali
De tão unidos e entregues seus corpos estão.
Mesmo cansada, e insone, por não haver dormido na noite anterior
E há dias seu sono está irregular,
Ele a energiza, com seu fervor, deliciosamente inquietante.
Parece não acabar a energia do moço,
Que delícia!
Depois de atos e encantos, os dois caem no tão merecido descanso.
Acordam, e ele totalmente viril, potente novamente.
Ah! Como ela quer, mais e mais.
Mas deixa para um depois,
Que há de vir, diante do que viu até ali.

Ela praticamente conta os dias, a eternidade que se mostra diante deles, para a próxima entrega.
Para encantada olhar os traços brancos em sua barba, prontamente a desejar,
Pois ela há muito, tem uma verdadeira queda, por homens um pouco mais velhos, que ela.


(Escrito entre os dias 31/05 e 01/06)

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