domingo, 31 de agosto de 2014

Quando tudo que existia era pó

Quando tudo que existia era pó, cinzas também.
Queimaduras que marcam, deixam feridas e ardem como se no inferno estivesse.
Como juntar todas as suas cinzas e pó?
Tarefa esta, destinada a ser feita sozinha.
A Fênix ainda existe? Ou traços dela?
Ela aparece em momentos pré-determinados do dia, com um sorriso radiante.
E assim se passam os dias.
Sem que percebam que ela carrega uma dor, que a coloca no chão e enterra seus sonhos todos os dias.
Ela carrega máscaras e sustenta vestes bonitas e bem coordenadas, afim de esconder sua verdadeira e atual face.
Os dias passam e o peso que leva é de alguém que precisa mostrar que está ali junto, guiando os nove seus. Com toda a segurança e autoconfiança inimagináveis.
Ela está só.
E não há ninguém para abraçá-la.
Já não sei onde está.
Nem quem é esta.
Muito menos quem sou.
Apenas ando, respiro, acordo, durmo, leio.
O que virá?
No que se transformará?
A única certeza: está longe de ter um coração de pedra.
Por isso engole o choro.
Mais uma vez.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

No âmago da dor

Quando o tempo não volta,
E a realidade lhe sufoca.
Você olha para os lados e não há para onde correr.
O paraíso é o sono,
O inferno é o agora.
O inferno é sempre.
O inferno te persegue.
As coisas saem do controle.
O coração quer parar de bater.

"- A Moda encontrou você ou você encontrou a Moda?"

- [risos] Desde os 12 anos que...

Meus textos são sempre escritos de forma a se aplicarem a outros.
No entanto hoje a dor é tão grande que fujo de uma escrita poética, bonita para chegar ao âmago do que me persegue, me tornando alguém com muita mágoa, dor e infelizmente ódio.
Ódio do rumo que as coisas tomaram,

Porque afinal?

Será que todo o esforço vale apena?
Anos, tempo e dinheiro investidos?
Graduação, Pós graduação... para isso?
Para $?

Não tenho para onde correr.
Não tenho um ombro ao qual recorrer.
Escrevo como se esse fosse meu diário.

Poderia o cérebro explodir?
Poderia o coração parar de bater por desgosto.
Talvez descobrirei...

P.S: Quando o ódio ecoa no âmago do ser, e a fala poética desaparece, para entrar em cena um outro alguém... Alguém do qual tenho medo.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Quando pedaços de diamantes lhe escapam das mãos

Tem cruzes que só nós podemos carregar.
Mesmo que elas perfurem nossos pulmões.
Mesmo arranhando toda a nossas costas.
Até o sangue jorrar, cair ao chão.
Tem coisas que a gente não consegue entender.
Mas sei que muitas coisas mesmo, são experiências.
Muitas, muitas, muitas coisas são passageiras.
Servem apenas para mostrar o valor das que virão após o fim destas.
No entanto poderia ser mais fácil.
Sabe quando você vê a areia escorrendo pelas suas mãos?
Só que aquela areia não é uma simples areia, parecia pequenos pedaços de diamante?
Que neles se encontram uma perspectiva diferente.
Uma perspectiva mais criativa, inspiradora.
Sabe quando não vê a hora passar?
Que aquilo preenche teu coração com uma alegria enorme.
Mesmo que você saiba que vai durar por pouco tempo.
Que você tenha que...
E de repente em alguns momentos acabam por tirar outros.
Momentos que poderiam ter sido.
Então é uma situação bem complexa.
Ter que lidar todos os dias,
Com essa dor.
Mesmo que agora não aja o que fazer.
Mesmo que não aja nada a ser mudado.
Então a única...
Essas escadas, essa passagem, esse momento, esse tempo, passado desta forma.
Apenas será algo breve.
Algo que servirá para algo maior em outro âmbito.
Mesmo assim é difícil.
Eu sei que tudo o que tenho a fazer
É deitar a minha cabeça no travesseiro todos os dias.
Tudo o que tenho a faço todos os dias é inundar, apenas inundar.
E o que tenho de fazer ao acordar é esquecer disso.
Tentar apagar a dor.
Tentar fazer com que ela diminua.
Não transpareça.
E apenas transbordar... um grande sorriso.
Um grande sorriso, como se as coisas tivessem sido diferentes.
Com algo que foi além do que você poderia fazer.
Quando você fez tudo o que era possível.
E aquele momento lhe foi tirado.
E seguir em frente.
E tentar arranjar forças para algo maior.
Mesmo com o sofrimento que se passa.

Essa passagem.

25 DE AGOSTO DE 2014


domingo, 24 de agosto de 2014

Estilhaços da janela que me transporta para outro tempo.

Sai dos meus trilhos.
Nasci para ser do mundo, vagar sem destino, sem ponto de chegada ou partida.
Apenas andar, andar, andar.
Me perdi de mim mesma.
Reencontrei outra em meu lugar, por diversas vezes.
Chorei até achar que minhas lágrimas haviam secado.
Aí veio outro e me mostrou que todo o amor que poderia sentir não cabia em meu peito.
Irradiava pelos meus poros, minha alma, e chegava até as estrelas.
E então, veio o tempo e trouxe a destruição.
Vieram as intempéries.
Um acidente muda muitas percepções do mundo.
Percepções de onde estamos e do que queremos ser.
Percepções do que sonhávamos quando éramos puros.
Percepções do mais profundo da nossa alma.

[...]
Questionamentos nos instigam e mostram o nosso caminho.
As dores mostram-nos que podemos ser sempre mais.
O papel acaba, a gravação é destruída, a poesia fica perdida em algum lugar do inconsciente.
E eu me encontro aqui, me reportando a um tempo que não vivi.
Há uma época em que talvez teria sofrido muito mais, por ser eu mesma.
1940 reflete alguma coisa?
Trechos perdidos, palavras que não combinam, apenas com a finalidade de confundir a quem lê.
Para que apenas os poucos interessados entendam.
Ou sintam, o que se passa agora.
As lágrimas limpam e lavam as dores da alma.
Enquanto somos dopados pelas informações de meios massivos que chegam a nós.
E me perco mais uma vez, dentro de mim mesma.
Para quando abrir os olhos, encontrar apenas os vestígios e os estilhaços da janela daquele carro penetrados em minha alma.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Renascer

Renascer
Outra vida, num mesmo corpo.
Sensações fortes demais pra descrever.
Um instante, no qual se muda tudo.
Nenhum filme passou em minha cabeça.
Mas os momentos de aflição como que em câmera lenta, ainda estão em meus pensamentos, em meu coração.
Me falta o ar, o coração acelera ao entrar em um outro táxi.
A angústia toma conta de mim, e só eu peço dar conta dela.
Faltam-me tuas mãos neste momento, e você nem imagina.
Falta-me teu cheiro, teu abraço.

Mas eu ergo a cabeça, enxugo minhas lágrimas.
E procuro entender o motivo de continuar aqui.
Sei que não foi em vão, tem um motivo, um sentido para continuar viva.
Não apenas com relação ao momento do acidente, mas também aos momentos anteriores.
Começo a duvidar se foi mesmo a minha intuição, ou se foi o Espírito Santo ou meu anjo junto a mim.

Quem passa por momentos assim, em que segundos podem decidir sua vida, sua morte, ou uma vida em pedaços.
Não consegue explicar aos outros.
Nem mesmo toda a empatia do mundo é capaz de fazer sentir um décimo daquelas sensações.
Algo inexplicável.
Irreproduzível.

Além de passar por mais um acidente, no qual novamente disco o número, mas desta vez o meu acidente.
Ainda ter que lidar com alguém que zomba de teus sentimentos diante do ocorrido, como se não tivesse acontecido nada.

P.S.: Originalmente pensada em outro dia, com outras palavras.

Nada é meu.

Nada é meu.
Nada eu carrego comigo.
Tudo são lembranças, imagens, paisagens, cores, dores, amores, sentimentos.
Nada vai comigo
Tudo perco num instante, menos o que vivi.
Isso ninguém é capaz de tirar, talvez por uma falta de memória, pode acontecer, mas ai é outra história.
Tudo pode mudar de uma hora para a outra.
Tudo pode ser perdido,
Tudo pode conquistado.
Nada pode ser esquecido sem que queiramos esquecer.
Mas nada é meu.
Tudo é d´Ele.

Tudo ele me dá, tudo só Ele pode dizer se devo continuar.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Sobre fins, recomeços e outras histórias..

Não se esqueça que foi você quem colocou um ponto final em nossa relação. E só  você apenas,  pode fazer com que um dia recomecemos,  caso ache possível, pois não invadirei teu espaço, sem saber o que sente.
Não tentarei nada, sem saber que há esperanças pra nós dois.
E agora é o momento de te deixar seguir, sem minhas marcas. Livre de meu toque, anseios, alma e corpo.
O que o tempo nos trará, não sei.
Mas o que ele me trouxe?
Coisas que você desconhece.
E que se abstou de sentir.
Talvez nos cruzemos por trilhas em que dois não se tornem um.