domingo, 24 de agosto de 2014

Estilhaços da janela que me transporta para outro tempo.

Sai dos meus trilhos.
Nasci para ser do mundo, vagar sem destino, sem ponto de chegada ou partida.
Apenas andar, andar, andar.
Me perdi de mim mesma.
Reencontrei outra em meu lugar, por diversas vezes.
Chorei até achar que minhas lágrimas haviam secado.
Aí veio outro e me mostrou que todo o amor que poderia sentir não cabia em meu peito.
Irradiava pelos meus poros, minha alma, e chegava até as estrelas.
E então, veio o tempo e trouxe a destruição.
Vieram as intempéries.
Um acidente muda muitas percepções do mundo.
Percepções de onde estamos e do que queremos ser.
Percepções do que sonhávamos quando éramos puros.
Percepções do mais profundo da nossa alma.

[...]
Questionamentos nos instigam e mostram o nosso caminho.
As dores mostram-nos que podemos ser sempre mais.
O papel acaba, a gravação é destruída, a poesia fica perdida em algum lugar do inconsciente.
E eu me encontro aqui, me reportando a um tempo que não vivi.
Há uma época em que talvez teria sofrido muito mais, por ser eu mesma.
1940 reflete alguma coisa?
Trechos perdidos, palavras que não combinam, apenas com a finalidade de confundir a quem lê.
Para que apenas os poucos interessados entendam.
Ou sintam, o que se passa agora.
As lágrimas limpam e lavam as dores da alma.
Enquanto somos dopados pelas informações de meios massivos que chegam a nós.
E me perco mais uma vez, dentro de mim mesma.
Para quando abrir os olhos, encontrar apenas os vestígios e os estilhaços da janela daquele carro penetrados em minha alma.

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