Afinal, passado é passado.
Resolvo apagar as fotos.
Cortar...
Arrancar as folhas e galhos que ainda restam na árvore.
Assim como outono faz para que possa vir o inverno.
Você aparece como quem não quer nada.
Já estava ali.
Só eu não podia perceber.
Não conseguia,
Afinal, e faltam olhos para ver, como ver?
Meu campo de visão estava ofuscado, obscurecido pela neblina da dor.
Ainda não estou inteira, mas não quero de nenhum modo que você seja a minha cura.
Pois só o tempo pode curar, e amenizar,
Só ele poderá me fazer confiar em uma história novamente.
Já me basta ser o motivo de meu sorriso bobo na rua,
Meu brilho nos olhos,
A inspiração de meus textos não poéticos.
O grito de alegria ao saber que irei conversar contigo.
Ainda não nos transmutamos,
Não nos beijamos.
Consegue imaginar o quanto anseio por isso?
Acredito que sim, pois não tenho quaisquer dúvida que sinta o mesmo.
Mas a tua presença mesmo que distante já me basta, para não querer outro alguém.
Para dizer a qualquer um que queira estar comigo que já estou envolvida.
Não esperava e nem acreditava que fosse me encantar por alguém assim, novamente.
Muito menos que seria tudo tão intenso.
Tão envolvente.
A ponto de dominar meus pensamentos,
Mas dominar de uma forma sadia, instigante.
Tens qualidades que admiro há muito
e outras que aprendi a admirar em outrem;
Em homens que marcaram a minha vida,
Meu pai,
Ele.
Há dias penso em escrever isso, mas tive receios.
Mas comentei hoje, que daria uma surpresa, acredito que não imaginava que seria essa,
Você está em mim, como poucos estiverem,
A ponto de escrever algo sobre nós, ainda que o nós não exista totalmente.
Pensei se não seria cedo para isso.
Mas tenho completa certeza de que o que sinto não é fugaz.
E só tende a crescer, na medida certa, com o tempo.
Através de bases sólidas,
Tijolo por tijolo.
O passado ainda está em mim.
Mas sinto que você é meu futuro.
Que estará comigo na próxima estrada pela qual iremos andar.
Tubarão, 17 de Maio de 2015, 22 h 33 m.
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