quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Mas importam ou não, as feridas que trazes contigo?

Sobre o falar descalculado que as pessoas usam, 
sem nem ao menos perguntarem a si mesmas se poderiam atingir o calcanhar de Áquiles de alguém,
Ou a ferida que custa cicatrizar,
datada pelos anos a apodrecer partes que não se podem ver a olho nu,
Cada um sabe o que carrega dentro de si,
Mas alguns criam armadilhas para eles próprios,
Ferindo por aí, sem nem ao menos parar um instante para perceber o que se passa,
Os anos são capazes de fechar as costuras dos pontos e dos remendos da alma,
Mas a memória não esquece.

Perdoa, talvez.
Mas como cão de rua acuado pode ficar.
As cicatrizes que existem, podem estar entre familiares, 
Ou, entre pessoas que outrora fizeram parte da tua cota de confiança,

Mas não importa,
Contar os machucados não leva a nada,
Mas não importa,
Todo mundo acaba um dia com alguma parte de si suja ou carregada de sentimentos e emoções ruins,
Mas não importa, 
Pois todos um dia têm seu fim, 
E nada do que foi, ficará marcado em lugar algum. 




Agora-futuro

A velha forma de se fazer as coisas tem seus dias contados.
Olhar o mundo com olhos da década de 90, é ultrapassado, meu bem ;)
Não escutar ou vê-los a um clique, e sentir o que eles têm a dizer.
Para quem estão a falar,
É negar o futuro.
Fechar os olhos para os comportamentos que acontecerão no amanã.
As novas profissões narram a realidade na qual as coisas estão a mudar e outras já passram.
Youtubers ainda fazem parte do agora, e amanhã o que surgirá?
Afinal na década de 90 para ser visto e ouvido, jornalismo o teria de fazer.
Só assiM para estar na TV.
Hierarquias que se desmancham pouco a pouco,
Os anos passam e só vemos as mudanças quando elas gritam com os rostos colados (feito a menina de O grito) na nossa face e não há mais como fugir.
Ou se "morre" (fica obsoleto) ou se transforma e faz parte do agora-futuro que está sendo criado.


Tic e tac, pulsação

Tudo é uma forma poética,
Uma força esvoaçante, delirante
O que se passa no cotidiano do mundo.
Será, afinal que a minha vida passa com menos importância em comparação a qual dou as horas do relógio, para chegar a tempo num compromisso com outros?
Dou mais importância ao alheio, para esquecer de mim mesmo,
Ou fingir que não é preciso olhar para dentro?

Antes das 7h, 25/01/2017

Olhar, velho olhar, inexistente olhar

Como falar do mundo,
estando nele?
Como perder um segundo?
Se as horas continuam a girar no relógio.
Que não mais na parede está.
Mas sim, no fogão
(Alguém imaginaria isso a pouco mais de uma década atrás?)
A hora está no celular, no microondas.
Menos na parede da sala de jantar, cozinha ou sala.
Se está, apenas decorativa parece ser,
POis quem se lembra de olhar para a parede em busca das horas?
Em meio ao facebook, tela do Word ou e-mail corporativo, as horas são olhadas na tela do computador.
Mas na parede quem se lembra de olhar?
Pode se estar a sorrir.
Mas quem lembra de olhar para dentro de si e enxergar e sentir o que se passa,
Assim como se passam os segundos.

Antes das 6h

Não vou dormir,
Só deitar um pouquinho e refletir.
[...]
Pastel frio também é bom.
Vida feito casinha de bonecas.
Magia, magia.
Vozes e diálogos, apenas como parte da realidade.
A realidade que não está lá fora.
A realidade que não é vista pelos outros,
Afinal, como enxergar o que só está aqui.

Pouco antes das 6h


domingo, 22 de janeiro de 2017

Pecados escondidos

Seus pecados escondidos,
Numa falsa vida,
Que conta e mostra aos outros,
O que é verdadeiro que sai de tua boca?
Falo de ti, que trai aquele que te dá a mão.


Fruta não mordida

Sou passageiro desta vida,
Troco de assento de hora em hora,
De tempos em tempos,
Sem saber qual a melhor janela para olhar o que há lá fora.
O pássaro que voa quero pegar com as mãos,
E esqueço-me que suas asas são feitas para no ar ficar.
E meu lugar é com os pés no chão.
Vida que vai e escorre como areia no recurso do tempo.
Toca o alarme do relógio e vejo o que já passou por mim.
De repente me vejo sem ar,
Seduzida pelo cheiro do mato,
Querendo subir em árvores e suas frutas comer.
Mas lembro então, que nunca subi em árvore alguma.
E dos calos que estão em meus pés,
Por sapato de salto foram feitos.
E na terra fazem semanas que não piso descalça.
Lembro-me da meia a sufocar no calor do verão.
Faço uma analogia do sufocamento que sinto,
Dentro de mim.
Faça chuva ou faça sol,
Ainda tenho dúvidas.


Palavras escondidas

Preciso me expressar de alguma forma,
Gritar sem que outros ouçam,
Libertar minhas emoções, que agora latejam em meu peito.
Pior prisioneiro é aquele que faz de si mesmo, cárcere
Cárcere de uma vida não vivida como desejada.
Preso em si,
A lágrima não sabe se cessa ou jorra,
A dúvida preenche o ser.
A insegurança perturba a mente,
E me faz presa dentro de mim mesma,
As asas não querem se abrir pra voar,
Apenas se fecham e espremem o que há de humano em mim.
O que há de intuitivo e natural é soterrado, nestes momentos.
Onde não sei para onde vou,
Onde a força se esconde, e o medo persegue.
Palavras que querem ser ditas, mas abafadas o são.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Caso não aja amanhã

Enterrar o passado não é fácil
Requer coragem,
E às vezes anos e multiplicidade de pensamentos, até chegar o momento.
Momento de declarar a si mesmo que aquilo não mais lhe pertence.
Época em que outrora ajudou a construir partes de ti.
Momentos felizes, risadas,
O pesar também de uma densidade de lembranças
duras e frias que destruíram outras partes de si.
Mas a mim só tenho a dizer uma só coisa:
- Siga e tenha a certeza ao final de cada dia que entregou o melhor de si, para em tranquilidade estado de consciência ficar, caso não aja amanhã.

17 de Janeiro de 2017


segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

O não

O não muitas vezes pode ser mais difícil de ser dito que o sim.
Ele parece fechar portas, negar oportunidades.
Que o medo tende a sussurrar nos seus ouvidos: não haverá outra (vez)
Mas o que dizer do sentir não ser o momento (adequado),
Não ser um tempo ao qual esteja segura de si e preparada?
Quando se escolhe um caminho,
As coisas parecem mais simples de serem seguidas, afinal tudo está ao seu entorno.
Mas isso não tira o peso de negar uma oportunidade.
De talvez não ter de volta, um momento como este.

15 de Janeiro de 2017


sábado, 14 de janeiro de 2017

Febril desejo

Boca seca,
Água que não resolve,
Nem na garganta,
Muito menos no rosto, pescoço
Face a queimar.
E dentro, cada célula em estilhaços feitos de fogo,
Calor, falta de ar,
Que desejo é este?
Mas bom apenas que fosse somente isto.
Não sei denominar o que me inquieta.
Ao menos sei, muito carinho o tenho por ti.
Tênis de felina,
Mas do teu lado viro rato.
Rata, a tremer sem saber o que pronunciar,
Receio de teus limites não saber respeitar,
Tua pele que roça, a milímetros de mim,
Pêlo, braço.
Mas tu tão longe quanto um pássaro no ar.
Vontade de cuidar-te, apenas
Mas isso é apenas pensamento e querer que mato.
E assim me queimo ainda mais.
Feito peixe que não sabe percorrer a maré, calo-me.
Mas torro-me por dentro.
Suspiro que tento esconder,
Respiração entrecortada, procuro disfarçar.
Quase como gelo, me congelo paralisada, com tua perna colada a minha.
Mesmo que por dentro esteja em chamas pelo desejar, que deve ser esmagado,
Pois tu guri-homem não pode segurar-me.
E até mesmo fujo de olhar-te no fundo de teus olhos,
Querendo arrancar de ti o que te faz mal, pois mesmo que não me digas sei,
algo aí pesa teu ser.
Mas eu sou apenas isso, rata diante de ti.
Por outrora hoje, distante é meu posto,
Pois os limites o foram colocados entre o tu e o eu.

domingo, 8 de janeiro de 2017

Me apaixonei...

Me apaixonei,
e o nome dela é Masala, ou seria ele?
Afinal se trata de um tempero.
Aromático, ora com pitadas meio agridoces  atingindo o paladar,
Ora, aquele toque ardente oriental atingindo me em cheio.
Uma surpresa a cada instante de saboreio.
Num simples ovo batido ou jogado cru sobre a batata doce e o ovo cozido,
Poucas experimentações ainda.
Mas eu me deleito e derreto a cada garfada,
Empolgada para experimentar outras facetas em tantas outras receitas,
A Índia me pega de jeito com seus temperos.
Abóbora, carne, PTS, são vários os alimentos e combinações que me povoam a mente.
Feito gente criança, me pego a imaginar a fazer e criar diversas receitas de molho,
Pimenta preta e branca, cravinho, louro, cominho preto, sementes de cominho, canela, cardamomo preto, castanho e verde, noz-moscada, anis e sementes de coentro.
Garam Massala,
Definitivamente me conquistou, em cada célula.