domingo, 22 de janeiro de 2017

Fruta não mordida

Sou passageiro desta vida,
Troco de assento de hora em hora,
De tempos em tempos,
Sem saber qual a melhor janela para olhar o que há lá fora.
O pássaro que voa quero pegar com as mãos,
E esqueço-me que suas asas são feitas para no ar ficar.
E meu lugar é com os pés no chão.
Vida que vai e escorre como areia no recurso do tempo.
Toca o alarme do relógio e vejo o que já passou por mim.
De repente me vejo sem ar,
Seduzida pelo cheiro do mato,
Querendo subir em árvores e suas frutas comer.
Mas lembro então, que nunca subi em árvore alguma.
E dos calos que estão em meus pés,
Por sapato de salto foram feitos.
E na terra fazem semanas que não piso descalça.
Lembro-me da meia a sufocar no calor do verão.
Faço uma analogia do sufocamento que sinto,
Dentro de mim.
Faça chuva ou faça sol,
Ainda tenho dúvidas.


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